Xi'an, sua chatice e seus guerreiros

Depois de conhecer Xi'an, o único que posso dizer é que o interio r da China não é mole não. Não é um povoado, é uma cidade com mais de 3.000.000 de habitantes, mas aqui tudo é difícil, complicado, stressante. Como praticamente ninguém fala inglês, nem nos hotéis, conseguir ser entendido ou pedir água pode ser uma tarefa árdua. Se os cardápios não têm fotos, esquece! Além disso, as pessoas parecem que têm má vontade e não fazem nada pra facilitar a vida do turista - muito diferente da capital! Outra coisa que chama a atenção é a falta de ordem e de leis no trânsito, todo mundo tenta ultrapassar todo mundo, não há respeito pelas faixas de cada um... uma loucura. Enfim, não gostei da cidade, apesar da sua importância histórica. Não me senti confortável aqui, não tinha prazer em sair do hotel e preparar-me para a "guerra" de conseguir um táxi e aventurar-me pelas ruas de Xi'an.

Já que estávamos aqui, tínhamos que aproveitar, né? Então  ontem, sábado dia 22, fomos conhecer os famosos guerreiros de terracota de Xi'an. Fica a uma hora de ônibus do centro da cidade e custa imaginar que um exército subterrâneo em tamanho real formado por milhares de soldados tenha ficado oculto por mais de 2.000 anos, sendo descoberto acidentalmente por fazendeiros locais só em 1974. O mais incrível é a riqueza de detalhes na feição de cada um e é impossível encontrar duas caras iguais. A fossa 1 é a mais imponente: aqui há cerca de 6.000 guerreiros e cavalos em formação de batalha retangular orientados ao leste. São legais as fotos e o passeio, mas a cidade deixa muito a desejar; na minha opinião, não é necessário mais de uma noite e dois dias aqui. Pode ser que tenha dado azar também, porque choveu todos os dias, mas terminava os dias meio mal humorada, com saudade de Beijing, de qualquer cidade grande e até das filas! :) Deixo aqui algumas fotos de Xi'an e agora só escreverei quando estiver de volta ao paraíso para turistas: Shanghai!

PS:

1. Como ninguém é de ferro, à noite tomamos umas cervejas e até quis colegar com a garçonete. Pobre ilusão!
2. Ontem terminei de ler a biografia do jogador Heleno de Freitas, sãojoanense como minha família, escrita pelo jornalista Marcos Eduardo Neves. Chorei muito com sua vida gloriosa e triste ao mesmo tempo. Uma leitura que recomendo, até porque histórias como essa não deveriam ser tão desconhecidas.